domingo, 27 de março de 2011

visão peculiar

A minha família não é de todo uma peça única. Não falo da minha família nuclear, falo da família toda.
Os meus pais são de terrinhas diferentes e têm históricos familiares diferentes. O pai, cresceu sem dificuldades financeiras, cresceu numa boa casa, teve acesso aos estudos e não os completou por opção pessoal. Vizinhos da casa onde o pai cresceu, onde hoje vivem os meus avós e os tios, são alguns primos. Os meus avós e tios ainda hoje mantêm uma boa relação com eles, ao contrário de mim, conheço-os desde pequena mas nunca fomos chegados, uma dessas primas é minha madrinha, mas verdade seja dita, é como se não fosse. O resto da família paterna anda por lisboa e arredores, como é o caso do meu primo Jones, neto da minha Tia O, que por terem uma casa de férias na minha terra, damo-nos desde sempre e gosto deles. O primo Jones, mais novo que eu dois anos é o único dos meus primos que posso considerar um amigo, por ser o unico com quem mantenho uma relação e por termos passado bastantes verões juntos. 
A minha mãe teve uma infância mais complicada, os meus avós maternos tinham dificuldades económicas e a mãe teve de sair da escola para puder ajudar a sustentar a família. O unico irmão da minha mãe, que tem dois filhos, fez o favor de ser um merdas quando os meus avós morreram e a velha historia da divisão de heranças veio estragar os laços familiares para esses lados. Assim, apesar de quando os vejo cumprimentar, com a família da minha mãe não mantenho qualquer tipo de contacto.
Resumindo, excluindo os meus pais, irmão, avós paternos, os meus dois tios paternos, o meu primo Jones e a sua familia nuclear, eu não me dou com mais ninguém da minha 'familia' que se poderia considerar bastante grande.
Faz confusão às pessoas quando lhes digo que a minha familia é pequena, e começam as perguntas sobre os tios, e os filhos dos tios, e os "irmaos dos avos nao tiveram filhos que tiveram filhos ficando tu com primos?!". Sim, essa gente existe toda. Mas não são familia no verdadeiro sentido da palavra e tudo o que ela acarreta. 
E é por isso que este fim-de-semana me chateei com a minha avó, que queria que eu convidasse a minha madrinha para a MINHA Benção. Uma pessoa que vejo umas duas vezes ao ano e a conversa dura uns dois minutos de assunto trivial e fica-se por ali. 
Não dou uma importância por aí além a este dia, mas é um dia que é meu, e que eu tenho o direito de escolher quem quero comigo, e eu quero a minha familia no verdadeiro sentido da palavra e tudo o que ela acarreta.

Sem comentários:

Enviar um comentário